Tenho uma Eco 2009, automática. A média geral até hoje foi de 11,38 km/l só gasolina. Aqui em Brasília está por volta de R$ 2,78 e o álcool R$ 2,04. A pior medida foi 8,77 km/l e a melhor foi 12,70 km/l. Praticamente 90% do tempo com o ar ligado. Coloco sempre que possível gasolina aditivada no mesmo posto (Texaco). Esse "Tecron" que eles colocam de aditivo fez diferença para o meu motor (não só da Eco, como do Golf que eu tinha). Mas tem um grande PORÉM: as vias em Brasília são mais para rodovias do que para ruas de cidade. Pego sempre trânsito de manhã. Cerca de 20 min de anda e para. Fiz uma viagem recentemente em uma rodovia de mão dupla com muito caminhão. Carro com três ocupantes e pouca bagagem. Muita ultrapassagem. Muita mesmo. Com isso, o carro fez 10,5 km/l, mantendo velocidade próxima de 100 km/h.
Sobre o computador de bordo, ele erra em torno de 1 km/l na média de consumo para mim. E tem outra: se você zerar o consumo médio para verificar o consumo de um trecho, o cálculo da média fica diferente e mais próximo do real. Uma outra experiência é que quando eu faço uma péssima média de consumo nos primeiros 100 km, a média de consumo geral fica mais próxima do real. Se a média for MUITO boa nesses mesmos 100 km, o erro de consumo médio é maior. Mas isso acontecia com um Fiat Adventure que eu tinha também. Isso acontece porque o cálculo é "acumulativo". Nessa, o "erro" de medida vai se acumulando também. A forma de medir o consumo é baseado no sensor de fluxo de ar, onde o computador estima a quantidade de mistura (e, por consequência, de combustível) e faz o cálculo de consumo a partir da quilometragem rodada medida pelo hodômetro. Por ser uma estimativa "indireta", isso por si só embute um erro considerável. Se faz assim porque é mais barato do que um sensor volumétrico de fluído. Afinal, o sensor de fluxo de ar já está lá e é utilizado pela centralina para calcular a quantidade de ar que entra e injetar a quantidade correta de combustível conforme a velocidade do carro, a carga, o giro do motor e a pressão do acelerador. Nem preciso dizer que quem mudar o tamanho do aro da roda, o perfil do pneu e mesmo a largura da banda, vai alterar esses cálculos também e o computador, o velocímetro e o odômetro vão errar mais.
Também foi citado sobre o número 10 mil km para "amaciar" o carro. A princípio, os carros não precisam mais passar por isso. As peças se assentam rapidamente, tão logo você comece a andar. Os freios novos precisam de um 200 km para ganhar "grip" e o motor com uma viagem de 500 km já fica razoavelmente solto. O meu carro, com 1.200 km já estava fazendo 11,3 km/l.
Eu tive uma disciplina na faculdade chamada "máquina e motores". Lembro do professor dar algumas dicas de como amaciar um trator. Como o trator precisa trabalhar bem e economicamente numa determinada faixa de rotação em função da TDP (Tomada de Potência), onde vai ligado o implemento agrícola, para amaciar o trator, quanto mais tempo ele passar nessa faixa de rotação específica, melhor. Logo, não era para ficar subindo demais o giro, esgoelando o motor. A faixa ótima de trabalho sempre fica entre o giro do torque máximo e o giro de potência máxima. Essa parte vale para os nossos carros também. Porém, quando se precisava amaciar um carro, o carro devia ser elástico, se comportar bem em baixas e altas rotações. Logo, para carros, era bom esgoelar o motor a fim de "soltar" as peças e não viciar em um determinado giro, ou muito baixo (motor xoxo), ou muito alto (puxa mas bebe). Mas isso era válido para o tempo dos fuscas e brasílias. Hoje, com tecnologias de válvulas variáveis, injeção eletrônica, corrente ao invés de correia, uso de alumínio no bloco, pistões ovalados (os motores hemi) e por aí vai, essa coisa de amaciar não existe mais. O motor é bem inteligente para trabalhar em seu setup mais eficiente.
Nos motores da FIAT e da GM, de fato durante a primeira revisão, o pessoal passa o computador e "liberam" o giro do motor. Não sei se a Ford toma o mesmo cuidado. Fiz a minha primeira revisão e não notei diferença. Porém, duas semanas depois, voltei lá por um outro motivo e afirmaram que o problema era que a centralina tinha se desprogramado e tiveram que resetar e fazer o upload do programa de novo. Logo, não sei se durante a revisão, o carro "desprogramou" porque eles mexeram lá.
Falando em desprogramação, para aqueles que vão comprar carro em concessionária que está há muito tempo parado e com a bateria descarregada, pode pedir para o pessoal reprogramar a central do alarme e a centralina. Esses problemas de vidro que não sobe com um toque ou problemas de alarme em geral estão sempre relacionados a isso. A droga é que nem sempre a carga da bateria resolve, pelo contrário, pode danificar as centrais.