Prezados,
Como passei um drama muito sinistro com meu Eco há alguns meses, relatarei a minha experiência.
Sou do ramo de reparação automotiva, porém especializado em Linha Diesel.
As características estruturais de funcionamento de um motor tanto Diesel quanto Gasolina/álcool são bastante similares e por este ínfimo detalhe, descreverei com detalhes o dilema enfrentado por mim...
Comprei um Eco 1.6 Flex, ano 2007 com 48.000 km de um único dono, (da família) e como sou precavido, mandei trocar óleo, filtro, correia AC/BH/BD, filtro de ar, palhetas etc. Na manutenção, percebi que o reservatório de água não tinha aditivo e que o mesmo encontrava-se bastante sujo. Ao abrir o capo, percebi que o ar quente foi isolado. Isso acendeu várias luzes de alerta, entretanto, como eu estava empolgado com a compra...
Rodei alguns quilômetros com o bendito e o mesmo de vez em quando acionava o segundo estágio da ventoinha e a temperatura passava do meio... Num destes achaques, parei o veículo e abri o capô no meio do trajeto mesmo e fiz o teste básico... Meti a mão na mangueira inferior do radiador e comparei com a superior... Diferença de temperatura relativa. Na hora matei a charada... Putz, a válvula termostática está travada... Aí a inferência... Sujeira no reservatório = ferrugem nas galerias do bloco = sujidade no radiador = obstrução da válvula termostática.
Como precisava alinhar/balancear o carro, levei o Eco em um Bosch Car Service e já solicitei... Quero trocar a eletroválvula do arrefecimento e a bomba d'água;
Após a troca, passei em uma empresa que presta serviço de manutenção em radiadores e mandei fazer uma limpeza no sistema e mandei aditivo no sistema.
Ficou ótima! Funcionava certinho.
Um mês depois, passei na Ford para solicitar uma limpeza do ar condicionado, pois em minha cidade, a turma desta área pula fora, pois dá uma trabalheira danada.
O técnico informou-me que necessitaria também de trocar o líquido de arrefecimento para garantir a correto funcionamento do sistema.
Isto é uma verdade relativa, pois a ECU recebe o sinal do sensor de temperatura e sincroniza tal informação com o sistema do ar condicionado. Tanto que em sobrecarga no motor, a mesma desarma o ar condicionado e aciona o segundo estágio da ventoinha. Há interdependência.
Por fim, feito a limpeza do ar condicionado, peguei o veículo na agência Ford e rodei uns 1.000 Km. Notei que o líquido de arrefecimento baixou um pouco... Analisando o motor, notei que o vazamento aparentava vir da eletroválvula. Puxa vida... Vazamento...
Levei o veículo novamente a agência e mostrei para o técnico o vazamento...
Trocaram o sensor de temperatura...
Bem, no outro dia, rodei uns 10 Km e deixei o mesmo guardado na garagem, pois necessitei viajar a trabalho.
Quando retornei, meus familiares foram buscar-me no aeroporto, rodou uns 20 Km no máximo... E quando funcionei o veículo, ouvi o segundo estágio disparar quase que instantaneamente e a temperatura passar do meio...
Abri o capô novamente e observei as mangueiras do radiador, nível de água etc.... Todas bem quentes. Coloquei ele na rodovia e notei que a temperatura mantinha-se no meio, entretanto, em lenta, o bicho pegava...
Levei o veículo pela terceira vez na Ford e pediram para deixá-lo lá para teste...
Mexe aqui... Fuça ali... Dois dias depois... O veículo ficou pronto...
O técnico foi leva-lo em minha residência e quando parou em frente da garagem, ouvi o segundo estágio disparar e não desarmar... Abri a porta do motorista e mostrei ao técnico... A TEMPERATURA AINDA ESTAVA SUBINDO.
Levaram o carro novamente e dias depois... Ligaram para mim dizendo que teriam que remover o cabeçote do motor... Fiquei louco!!! Como assim...???Estou indo aí!
Cheguei lá afirmando... Meu, quando uma junta de cabeçote está queimada, a temperatura sobe sempre e não apenas parado... Pois gera alta pressão de tal forma que costuma jogar água fora....
É mais não tem jeito... Temos que tirar...
Aí afirmei... Amigo, olhe o reservatório deste veículo... A água circula normal, não faz bolha.
Tem que tirar...
Beleza... Então é o seguinte, vcs removerão o cabeçote do motor de uma carro com 50.000 Km.... E se não for aí o problema, terão que montá-lo novamente sem custo algum... E tb, não adianta os senhores falarem que não corrigirão o defeito, pois ele não existia e foi ocasionado pelos senhores.
Por fim, resolveram abrir o motor com a aceitação de tais termos...
Observando o mecânico desmontar o motor, como ele já havia retirado o reservatório de água... Comecei analisá-lo. Percebi trincas abertas em sua extremidade. Pensei comigo mesmo: é por aqui que está entrando o ar... Mandei colocar novo.
Pois bem, com o cabeçote em mãos levei o mesmo na minha empresa e pedi para a equipe de cabeçote avalia-lo... Nada... Nada mesmo.... As válvulas ainda estavam cromadas.
E a junta...???? De lata... Estava intacta.
Fiz uma limpeza no mesmo... E devolvi o bendito na concessionária...
15 dias depois, o meu carro ainda esquentava...
Trocaram válvula termostática novamente...
Por fim, tive que retirar o veículo da concessionária sem solução e levar para um amigo mecânico de linha leve analisar.
O problema era:
Reservatório trincado dando entrada de ar no sistema. Daí a impressão de sangria mal feita.
Excesso de água no reservatório do motor. Tal condição não deixa espaço para a água retornar adequadamente, considerando a pressão expressiva no sistema de arrefecimento.
E claro... Sangria bem feita.
Ah... Nunca apertar a tampa do reservatório demais... Isso provoca trinca no mesmo.
Qualquer dúvida...